quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Capítulo 3 - Amor não Correspondido


-- (Kate) --

Todos conversávamos alegremente quando começou a tocar uma música do agrado de todos nós.

- Kate… - Chamou-me o Alex. - … Queres ir dançar?

- Eu?! – Senti-me a corar ligeiramente. Olhei para a minha irmã sem saber o que responder, mas esta limitou-se a encolher os ombros deixando-me na mesma. Acabei por aceitar. – Hum… Ok. 

Ele estendeu-me a sua mão e eu agarrei-a, fazendo-me levantar da cadeira.

- Não vais dançar Sarah? – Perguntou-lhe o Mário animado, enquanto abanava a sua cabeça ao som da música.

- Ah… Não… Não tenho lá muito jeito… - Disse a Sarah.

- Anda! Eu ensino-te! – Insistiu estendendo-lhe a mão.

- A sério, deixa estar. Vai tu. – Sorriu-lhe nervosa.

- Oh anda lá… - Pediu já agarrando no braço da Sarah tentando levantá-la.

- Não a ouviste?! Ela não quer ir, não insistas! – Disse o Pedro impaciente.

- Pára de ser cota meu! E não te metas, isto é entre mim e ela… Vem lá Sarah… Só esta! – Disse uma última vez, desta vez levantando a Sarah e arrastando-a para a pista de dança. 

Depois daquela música a Sarah e o Mário foram se sentar, enquanto eu e o Alex continuamos na pista de dança, já com uma música mais calminha, ele pôs as mãos na minha cintura e eu os meus braços sobre os seus ombros, passado um bocado começamo-nos a aproximar tanto que eu conseguia sentir a respiração dele perto de min, passados alguns segundos demos um beijo longo e profundo, parecíamos estar só eu e ele naquela pista de dança. Senti que a Sarah, o Pedro, e o Mário nos olhavam atentamente.

- Nem acredito que nos beijamos. - Disse eu.   

- Porquê, não gostaste? - Perguntou um pouco triste.

- Claro que gostei, não sejas parvo. – Respondi com um sorriso tímido, dando-lhe um outro beijo, fazendo-o esboçar um sorriso.

- Mas sabes que isto não é para sempre, daqui a uns dias volto para Portugal. - Disse voltando a tirar-lhe o sorriso da cara.

- Hum… ok. - Disse um pouco triste podia-se notar no olhos dele.

Continua-mos a dançar agarradinhos um ao outro para aproveitarmos cada minuto que aquela noite tinha para nós.

-- (Sarah) --

O Mário foi pedir outra cerveja deixando-me a sós com o Pedro. Antes de o Mário voltar, o Pedro levantou-se dirigindo-se á casa de banho. Nisso volta o Mário que se senta numa cadeira vaga a meu lado. 

- Então babe… Já te cansaste?

- Um pouco, mas vai tu, e aproveita. Diverte-te.

- Eu até ia, mas sem ti não tem piada. – Dizia ele chegando-se a mim.

- Oh, não digas disparates.

- Não são disparates, é a verdade! – Cada vez se ia aproximando mais. Começou a inclinar o seu corpo sobre o meu, o que me estava a deixar desconfortável. Entretanto aparece o Pedro que não achou muita piada a aproximação que o Mário tinha sobre mim naquele momento e reparou que eu também não estava a achar piada, e entreviu. 

- Já é a 2ª hoje, qual é o teu problema, meu? – Disse o Mário chateado.

- Não vês que a estás a chatear… Anda Sarah… - Disse o Pedro puxando-me pelo braço para fora do bar.

- Porque é que fizeste aquilo, eu sei-me defender sozinha! - Disse largando-me do Pedro, já na rua.

- Tu ainda não percebeste, pois não... - Disse o Pedro indignado levando as mãos há cabeça.

- Mas perceber o quê?! Pedro, nós já nos conhecemos há anos e eu nunca conheci esta tua versão… Esta noite estás estranho, aliás, demasiado estranho… Podes-me explicar o que se passa?! 

- Não gostei da maneira como ele te estava a tratar…

- Eu sei que não é só isso, fala comigo Pedro. – Comecei a ficar preocupada.

- Eu gosto de ti desde que me lembro. - Disse o Pedro ficando envergonhado.

- Sim… Eu também gosto muito de ti…

- Espera… Deixa-me terminar. – Interrompeu-me lançando um suspiro. – Mas já de algum tempo para cá que deixei de te ver só como uma irmã…

- Pedro… O que é que queres dizer com isso?! – Comecei a ficar confusa. Achava que já estava a perceber onde ele queria chegar com toda aquela conversa, apesar de não estar a gostar muito, pois ele para mim era como um irmão, o irmão que eu e a Kate nunca tivéramos. Não queria que a nossa amizade acaba-se por causa disto.  

- Ainda não percebes-te… EU AMO-TE SARAH. - Disse aumentado um pouco mais o volume da sua voz.

- Eu acho que devia ir ver da Kate… - Tentei mudar de assunto, desorientada, preparando-me para voltar a entrar no bar. Quando o Pedro me puxa para ele. 

- Eu sei que não devia ter dito isto, desculpa. – Disse ele baixando a cabeça envergonhado.

Levei a minha mão á sua cara fazendo-lhe uma pequena festa no seu rosto. Elevei-lhe o seu olhar fazendo-o ir de encontro ao meu.

- Não tens de pedir desculpa Pedro. – Mordi o lábio. – Essas coisas não se escolhem… Simplesmente acontecem… - Voltei a morder o lábio, desta vez quem baixou a cabeça envergonhada fui eu.

- Mas eu não quero que isto atrapalhe a nossa amizade, a sério Sarah, eu gosto de mais de ti para te perder de qualquer maneira. – Parecia desesperado.

- Calma… Ninguém vai perder ninguém. – Fiz-lhe um sorriso simpático. – Conhecemo-nos desde que me lembro, já nada nos separa. Aconteça o que acontecer em primeiro somos amigos, certo?

- Hum… certo. – Disse com falhas na voz. Abracei-o.

- Desculpa Pedro. – Disse triste, com a minha cabeça no seu pescoço.

- Porque estás a pedir desculpa? – Perguntou abraçando-me com força. Senti-me bem.

- Porque… Porque eu juro que gostava de gostar de ti como tu gostas de mim. Tu és incrível, sempre estiveste lá para mim e para a minha irmã, sempre fizeste tudo por nós, … mereces ser feliz, … eu quero que sejas. – Não aguentei a tristeza e comecei a chorar abraçada a ele, dizendo já as ultimas frases entre soluços.

- Não chores… - Pedia-me ele passando a sua mão pelos meus cabelos. – Eu sou feliz. Tenho as melhores amigas do mundo, estou em Londres, o que posso pedir mais?

- Alguém que te ame como tu mereces.

- Eide encontrar, a vida não acaba hoje. Eu não te posso obrigar a gostares de mim, nem quero, se alguém tiver de gostar que seja por ela, e não por obrigação.

- Porque é que és tão perfeito?! Odeio só te conseguir ver como um irmão. – Abracei-o ainda mais forte.

- Oh minha tontinha… - Ele sorriu. – Vamos mas é aproveitar a noite, sim? – Disse desencostando-me dele, passando os seus dedos pelas minhas lágrimas. Esforcei-me para retribuir um sorriso. Eu percebi que ele não estava bem, que se estava a fazer de forte mas no fundo se sentia magoado. Não sabia o que fazer. Decidi esperar pelo dia de amanhã e ver como as coisas iriam correr.

Voltamos para o bar que continuava muito animado.

-- (Kate) --

- Estava a ver que nunca mais! Onde é que se meteram? – Perguntei preocupadíssima assim que Sarah e o Pedro entraram no bar.

- Fomos só lá fora apanhar ar, já cá estamos. – Respondeu-me a Sarah.

- Não voltem a fazer isso! Fiquei preocupada, pensei que me tinha deixado aqui sozinha, num bar de Londres, onde não conheço nada…

- Sim… sozinha… - Brincou o Pedro fazendo um olhar malicioso, percebi que se estava a referir ao Alex. Corei. 

- Não faças dramas, tu desenrascavas-te bem. – Disse-me a Sarah muito secamente indo em direcção há nossa mesa. Fui atrás dela.

- Ei?! Passou-se alguma coisa?

- Mais ou menos, falamos no hotel, pode ser? – Disse meio abatida. 

- Estiveste a chorar Sarah? – Comecei a ficar seriamente preocupada.

- A sério, falamos quando chegarmos ao hotel. – Voltou a dizer, desta vez já com o casaco vestido. – Para mim a noite já acabou, vou indo.

- Espera, dá-me 5 minutos que eu vou contigo. – Pedi-lhe.

- Ok, espero-te lá fora.

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